Violação de Tornozeleira Eletrônica: Consequências e Defesa
- Douglas Coutinho
- 18 de mar.
- 2 min de leitura
O que acontece ao violar a tornozeleira eletrônica? Entenda os impactos jurídicos e estratégias de defesa

A violação da tornozeleira eletrônica é um tema relevante tanto para acusados quanto para advogados criminalistas. Embora a legislação brasileira não tipifique essa conduta como crime, ela pode gerar sérias consequências, incluindo a regressão de regime ou a decretação de prisão preventiva.
Neste artigo, abordaremos os principais aspectos legais sobre a monitoração eletrônica, suas penalidades e as melhores estratégias de defesa, especialmente em casos de depredação do dispositivo.
O que é a tornozeleira eletrônica e qual a sua previsão legal?
A tornozeleira eletrônica é um dispositivo de rastreamento que poderá ser utilizado para fiscalizar o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão (art. 319, IX, do CPP) e o regime de cumprimento de pena (art. 146-C e seguintes da Lei de Execuções Penais - LEP).
Ela é aplicada em situações como:
Alternativa à prisão preventiva;
Fiscalização de saída de presos;
Monitoramento de agressores em casos de violência doméstica (art. 24-A da Lei Maria da Penha);
Cumprimento de pena em regimes aberto e semiaberto.
A violação da tornozeleira eletrônica é crime?
Não. A simples violação da tornozeleira eletrônica não configura crime no Brasil. No entanto, ela pode acarretar sanções como:
Para investigados ou réus em liberdade provisória: o juiz pode substituir a medida por outra (art. 282, § 4º, do CPP), impor nova medida cumulativa ou decretar a prisão preventiva.
Para condenados: a violação pode ser considerada falta grave (art. 146-C da LEP), levando à regressão de regime, revogação de saída temporária, prisão domiciliar ou até conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade.
Violação x Depredação: Como construir a defesa?
Se a violação envolver danos ao dispositivo, pode haver enquadramento no crime de depredação de patrimônio público. Nesses casos, a defesa pode argumentar com base no princípio da insignificância, considerando:
O valor e modelo do dispositivo danificado;
Se houve dano efetivo ao rastreamento ou apenas na correia;
A existência de justificativa plausível para o ocorrido.
O que fazer ao violar a tornozeleira eletrônica?
Caso um cliente tenha violado o dispositivo, é essencial que o advogado:
Comunique imediatamente o juízo da execução ou da instrução processual;
Solicite uma audiência de justificação, caso o cliente esteja cumprindo pena e a violação tenha se dado por motivos alheios e justificáveis.
Apresente justificativa para evitar penalidades mais severas;
Avalie a possibilidade de substituição da medida por outra menos gravosa.
A violação da tornozeleira eletrônica, apesar de não ser crime, pode ter consequências graves no processo penal e na execução da pena. Um advogado criminalista bem preparado deve conhecer todas as alternativas de defesa e atuar rapidamente para minimizar prejuízos ao cliente.
Nos próximos posts, vamos trazer jurisprudências, casos práticos e modelos de requerimentos no que tange ao tema monitoração eletrônica.
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