O Perigo de levar o Cliente para o depoimento sem antes conhecer o Inquérito Policial
- Douglas Coutinho
- 11 de mar.
- 2 min de leitura

No exercício da advocacia criminal, um dos momentos mais cruciais é o acompanhamento do cliente durante o depoimento no inquérito policial. Como advogado criminalista, é natural querer garantir a presença do cliente e acompanhar de perto os procedimentos. No entanto, a pressa ou a falta de atenção podem levar a uma escolha arriscada: levar o cliente à delegacia sem antes ter acesso aos autos do inquérito policial.
Acontece que, sem esse acesso, o advogado corre o risco de não saber se o cliente já figura como suspeito, ou até mesmo se já existe um mandado de prisão contra ele.
Por que o Advogado não deve levar o cliente à Delegacia sem acesso aos autos?
A falta de consulta prévia aos autos do inquérito pode resultar em surpresas indesejadas. O advogado pode estar levando o cliente à delegacia com o intuito de acompanhá-lo como testemunha, mas ao chegar lá, o cliente pode ser indiciado como acusado, ou até mesmo preso, sem que o advogado tenha a mínima ideia disso.
Este cenário é extremamente perigoso. O advogado pode estar facilitando a prisão de um cliente que, em teoria, deveria ser apenas uma testemunha no caso. Portanto, é crucial que o advogado criminalista, antes de levar qualquer cliente para um depoimento, faça uma consulta formal ao inquérito, garantindo que não haja mandados de prisão ou qualquer elemento que transforme uma simples oitiva em uma situação de risco para a liberdade do cliente.
O que seria ideal para o Advogado Criminalista iniciante fazer
Requerer acesso aos autos: O primeiro passo é solicitar formalmente o acesso aos autos do inquérito. Isso pode ser feito por meio de um pedido à autoridade policial responsável, garantindo que o advogado tenha pleno conhecimento do conteúdo do inquérito antes de levar seu cliente para o depoimento.
Verificar a existência de mandados de prisão: É fundamental que o advogado verifique se há algum mandado de prisão em aberto contra o cliente. A consulta ao BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão) pode evitar surpresas.
Orientar o cliente adequadamente: O advogado deve garantir que o cliente esteja bem informado sobre a situação, explicando detalhadamente a função do depoimento e os riscos envolvidos, além de indicar a melhor postura a ser adotada durante o procedimento.
Marcar o depoimento com antecedência: Caso o advogado perceba que o momento do depoimento está sendo marcado de forma precipitada, é possível solicitar um adiamento para garantir tempo hábil para análise dos autos.
A dica para os advogados iniciantes é sempre tomar esses cuidados antes de se dirigir a uma delegacia. Lembre-se de que a rapidez pode ser inimiga da prudência, e o acompanhamento de um cliente sem o devido conhecimento pode comprometer toda a defesa.
Fundamentação legal:
CF, Art. 5º, inciso LV
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil Art. 7º XIV
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